A Universidade de Rio Verde se destaca pela inovação em todas as áreas do conhecimento. Na Medicina Veterinária, o desenvolvimento de próteses 3D customizadas para animais com necessidades ortopédicas demonstra mais uma importante inovação. O projeto, realizado na Clínica-Escola de Veterinária, visa proporcionar tratamentos mais eficazes e acessíveis, transformando a realidade de muitos animais que, antes, seriam sacrificados ou tratados de maneira improvisada.
O processo começa quando a equipe da clínica é acionada em algum caso. Os acadêmicos e professores realizam a digitalização e o escaneamento das partes afetadas do animal, seja na propriedade ou na clínica. Com a ajuda de um software especializado e com o auxílio do Prof. Dr. Marcelo Rozan, as imagens digitais dos membros são analisadas e ajustadas para criar uma prótese ou órtese que se ajuste perfeitamente à anatomia do animal.
O Coordenador da Clínica-Escola para Animais de Grande Porte, Prof. Dr. Tiago Luís Eiler Treichel, conta que um exemplo desse trabalho ocorreu com uma vaca que perdeu todo o casco de um dos membros. A equipe fez a digitalização do membro afetado e do outro membro saudável para usar como parâmetro, criando uma prótese ideal para garantir a mobilidade e o conforto do animal. “A partir desse trabalho, começamos a entender melhor as possibilidades da impressão 3D para a ortopedia veterinária”, comenta.
O projeto começou a ser desenvolvido em 2017, com os primeiros testes realizados em equinos, utilizando membros da coleção anatômica da Universidade. O sucesso dessa primeira experiência foi fundamental para expandir o uso da impressão 3D a outras espécies de animais. Embora a pandemia tenha interrompido temporariamente os avanços desta iniciativa, a equipe retomou os trabalhos, sempre com a missão de melhorar a vida dos animais.
Outro caso importante foi o de um bezerro que sofreu fratura em um membro. A equipe da Universidade criou uma tala leve e eficiente, utilizando a impressão 3D, que se mostrou superior ao tradicional gesso, especialmente para grandes animais, já que o material é mais leve e não absorve água. Para garantir a resistência e a segurança das próteses, a Universidade utiliza materiais como o Poliácido Lático (PLA), Acrilonitrila Butadieno Estireno (ABS), Poliuretano Termoplástico (TPU) e Polietileno Tereftalato modificado com glicol (PETG). Esses materiais são acessíveis, resistentes e suportam o peso dos animais, além de serem sustentáveis, o que reforça o compromisso da Instituição com o meio ambiente.

O Prof. Tiago explica que a ortopedia em grandes animais, como bovinos e equinos, é um dos maiores desafios, devido ao peso e ao tamanho desses animais. Muitas vezes, os proprietários optam por sacrificar os animais quando ocorre uma lesão grave, no entanto, a UniRV tem mudado esse cenário ao oferecer alternativas viáveis e eficazes, como próteses personalizadas que permitem a recuperação dos animais e evitam o abate. Além das próteses de membros, a equipe da Universidade tem aprimorado a impressão 3D de órgãos internos e outros tratamentos. Em uma de suas pesquisas, foram testados órgãos sintéticos em coelhos e já se investiga a regeneração óssea com o uso de materiais biocompatíveis que podem ser usados como suporte para células-tronco e medicamentos.
A atuação da UniRV também contribui para uma mudança na percepção sobre o bem-estar animal. Hoje, mais pessoas estão se conscientizando de que existem alternativas viáveis para o tratamento de lesões e deformidades, sem a necessidade de abate ou de soluções improvisadas. A UniRV oferece esses tratamentos de forma gratuita e sob concordância dos proprietários que reconhecem a importância dessa inovação. Esses projetos também têm gerado interesse em áreas que vão além da Medicina Veterinária, com potencial para influenciar outros campos, como a biotecnologia e a regeneração óssea. O avanço contínuo das tecnologias de impressão, materiais e digitalização promete ampliar as possibilidades, tornando os tratamentos cada vez mais acessíveis e eficazes.
“Com esse trabalho, a Universidade oferece alternativas de tratamento e contribui para a conscientização sobre o bem-estar animal. A Universidade de Rio Verde segue na vanguarda da inovação, expandindo suas pesquisas e buscando novas formas de utilizar a impressão 3D para tratar e melhorar o campo de atuação da Medicina Veterinária e consequentemente a realidade da comunidade”, comenta o Reitor, Prof. Dr. Alberto Barella Netto.
Equipe ASCOM
Jornalista Ana Júlia Sales
Fotos: Faculdade de Medicina Veterinária